Como todos já devem saber, o novo filme do Capitão América (“novo filme”, pois existe o ridículo de 1990) já estreou no Brasil em 29 de julho. E como todos aqueles que visitam este blog já devem saber, esta postagem sobre o Capitão América servirá para explicar algumas coisinhas sobre essa lenda dos quadrinhos.
Geralmente os filmes baseados em quadrinhos distorcem a história original do super-herói (existem as exceções, claro). Apesar de ser um dos ícones da Marvel Comics, confesso que possuo pouca coisa sobre o Capitão América no meu acervo, logo, pouco sei sobre o personagem; mas não vou deixar os leitores deste blog decepcionados – espero.
O Capitão América foi criado pela Marvel Comics quando esta ainda nem se chamava Marvel, mas sim, Timely Comics, no período em que os EUA estava prestes a participar da Segunda Guerra Mundial, em março de 1941 – eis um tema que gosto muito e já li bastante sobre.
Mesmo que muitos defendam que tenha sido somente após o ataque dos japoneses à Pearl Harbor que os ianques decidiram de que lado iriam ficar no conflito mundial, as autoridades militares e políticas já tinham escolhido um lado no conflito, mas só precisavam de um “motivo” para ganhar o apoio da opinião pública – algumas fontes informam que até mesmo o famoso ataque à Pearl Harbor seria uma farsa montada pelos estadunidenses.
A mídia já estava trabalhando para transformar a imagem dos alemães e japoneses em monstros, atuando em todas as áreas possíveis: no cinema, nas histórias em quadrinhos, rádio, etc., com o objetivo de que não houvesse nada e ninguém que pudesse contrariar o país em fazer parte da guerra e assim finalmente destruir os vilões – não estou dizendo que os alemães e japoneses eram os “mocinhos” durante esse conflito, somente que a história possui dois lados e, quando se trata de guerras, não há espaço para “o lado certo”.
Tendo a mídia trabalhando como nunca, é claro que várias editoras não perderiam a oportunidade de faturar “alguns trocadinhos” com isso. A Timely Comics foi uma delas e aproveitou a oportunidade de “entrar no clima”, procurando o estúdio de Joe Simon e Jack Kirby – uma lenda do mundo dos quadrinhos – para que pudessem criar um personagem que representasse, e claro, encarnasse os “ideais” do país; alguém que fosse digno de orgulho para os jovens ianques.
O alvo eram os jovens, claro, já que muitos tiveram que dar adeus aos pais e irmãos mais velhos que deveriam partir para a guerra, tendo as convocações em massa realizadas. O Capitão América, sendo um personagem patriota, iria de certa maneira aproximar aqueles jovens de seus parentes que se encontravam longe de casa.
Mas o Capitão América precisava ser criado, e para isso, Simon e Kirby tiveram a idéia de criar o seu “super-herói” tendo como base uma nota publicada em um jornal, sobre um jovem que mesmo ao ser reprovado nos exames médicos, sendo considerado inapto, insistiu que queria se alistar no exército.
Simon e Kirby desenvolveram a história de um voluntário franzino que queria fazer parte do exército, sendo rejeitado pela equipe médica, mas depois aceitando fazer parte de um experimento secreto do governo: a idéia era criar um supersoldado para as tropas norte-americanas, que daria todo o apoio durante os combates; mas após o cientista que elaborou o experimento ter sido assassinado por um espião nazista, haveria somente um supersoldado: o Capitão América.
Todos os leitores já devem saber que o super-herói tem como uniforme as cores da bandeira dos Estados Unidos, claro, por isso mesmo também é chamado de “a bandeira viva”. O Capitão América não usa armas de fogo (em algumas reformulações envolvendo o período da grande guerra, há HQ's em que ele utiliza) somente o seu escudo, servindo como uma espécie de mensagem na qual ele só ataca para se “defender”. Fora esse detalhe, existe outro que está atrelado ao fato do personagem ser um “modelo” para as crianças, não podendo usar armas de fogo.
Para agradar e envolver ainda mais as crianças, logo o Capitão América ganhou um companheiro pré-adolescente para combater os nazistas: Bucky – eu sei, você já viu isso em algum lugar. Bucky é praticamente uma cópia descarada do Robin, o parceiro de Batman no combate ao crime –, personagem com o qual os jovens leitores se identificaram. Isso era comum naquela época entre as editoras, uma estratégia para fisgar de vez as crianças. Boa parte dos super-heróis tinham um sidekick.
Como todo bom super-herói que se preze, o Capitão América tem uma identidade secreta a zelar: Steve Rogers é um cara simples, um incompetente soldado de um esquadrão do exército americano. Esse era o seu disfarce entre os soldados. Não demoraria muito tempo para que os soldados americanos se identificassem com o personagem e ele se tornasse popular entre os combatentes, e não somente entre as crianças nos EUA. O Exército americano chegou a comprar várias edições para que fossem distribuídas entre os soldados para proporcionar entretenimento e material motivacional.
De fato, o Capitão América foi o primeiro super-herói político, ainda mais com o seu discurso de ser o defensor da democracia e da justiça. Fim da guerra, o personagem conseguiu se estabelecer nos quadrinhos.
O supersoldado retorna para casa. E agora?
Qual seria o tipo de história do Capitão América com o fim da Segunda Guerra Mundial, uma vez que ele foi criado justamente para aquele contexto? Tentaram reaproveitar o personagem ao colocá-lo para combater o crime nos EUA, pois era uma fórmula comum nos quadrinhos depois do fim do conflito mundial.
Devido os baixos números no mercado, a revista do supersoldado teve que ser cancelada em 1948, já que ele não podia competir com o sucesso de personagens como o Batman. Esquecido, apenas em 1954, com o início da Guerra Fria, o Capitão finalmente sai da geladeira (eu sei, eu sei, essa piada foi horrível) e sua revista voltou a ser comercializada, dessa vez explorando o novo cenário político mundial.
Nos quadrinhos, vários personagens combatiam espiões e agentes comunistas, e esse era um bom palco para o Capitão América e seu parceiro Bucky atuarem. Depois trataram de transformar personagens que antes eram nazistas, agora eram comunistas… não demorou para que as vendas da revista do supersoldado caíssem novamente, isso depois de três anos, fazendo com que o personagem voltasse a ficar aposentado.
Capitão América e os Vingadores
Nos anos 60 os quadrinhos, felizmente, deram uma pausa com esse tema de “caça aos comunistas”. O cenário político mundial estava sofrendo outra transformação, então os quadrinhos também deveriam renovar o seu conteúdo.
O número de personagens das editoras americanas estava aumentando, então era preciso juntar alguns e formar uma equipe, pois assim seria mais fácil administrar e criar outras histórias, envolvendo um número maior de personagens em suas tramas. As revistas com as aventuras solo desses super-heróis ainda permaneciam intacta, mas sempre que possível todos estavam juntos formando uma super-equipe no combate ao crime ou ameaças superiores. Já imaginou o brilho nos olhos de uma criança ao ver vários super-heróis reunidos em uma única história? Pois é, essa era a fórmula que resultava no aumento do número de vendas.
A Marvel havia criado os Vingadores (Avengers), uma super-equipe que tinha como membros: Homem de Ferro, Vespa, Thor e Homem-Formiga. Mesmo os Vingadores tendo iniciado o começo de suas aventuras sem o supersoldado, Stan Lee achou melhor incluir o Capitão América para que ele liderasse aquele grupo. O supersoldado retornou e fez a sua primeira aparição com o grupo na edição n. 4 de The Avengers, publicada em 1964.
“Okay, Irlandês… mas o Capitão América não envelhece? O cara já era adulto na Segunda Guerra Mundial, então como ele pode continuar inteiro e lutando por aí?”, lembra que ele havia sido congelado depois do fim da guerra? No quadrinho, isso explica o fato dele ter permanecido intacto, mas o responsável por permitir isso é o soro do supersoldado que foi injetado em seu corpo na época do experimento – em algumas revistas mencionam isso.
Esse era um novo Capitão América, não aquele que se preocupava somente em socar nazistas no começo de carreira ou os comunistas durante a Guerra Fria. Steve Rogers permaneceu muito tempo congelado e agora era preciso se adaptar em um ambiente desconhecido, em uma época que não era a sua, com vários super-heróis atuando em seu país e também pelo mundo, já que o número de inimigos e o perigo aumentara.
Mesmo que ainda no período da Guerra Fria, o foco do Capitão América e seus companheiros era outra, mas algumas histórias ainda tinham espiões soviéticos envolvidos na trama. Seus antigos inimigos retornavam mais fortes, o Capitão e os Vingadores também tinham que se preocupar com organizações criminosas como a H.I.D.R.A. Caveira Vermelha e seus comparsas voltam para executar seus planos de domínio mundial.
O tempo foi passando e as histórias dos Vingadores foram se tornando cada vez mais interessantes, então, ao que tudo indicava, finalmente o Capitão América havia “vingado” (já podem me crucificar por esse trocadilho) no mercado.
Com a Guerra Fria “assombrando” o mundo, Hollywood abarrotava os cinemas com filmes com a temática de espionagem, conspirações… A Marvel não ficou atrás e criou a S.H.I.E.L.D. (Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão), uma força-tarefa do governo que rastreia perigos no mundo e tenta neutralizá-los, e geralmente convoca o Capitão América e os Vingadores.
No universo Marvel a S.H.I.E.L.D foi criada para retaliar e frustrar os planos terroristas de organizações como a H.I.D.R.A. Com a S.H.I.E.L.D. trabalhando em conjunto com os Vingadores, a equipe contava com um avançado aparato tecnológico, isso por causa de um dos membros fundadores da equipe, o Tony Stark. É nessa mesma época em que Steve Rogers conhece a agente da S.H.I.E.L.D Sharon Carter, e acaba desenvolvendo um relacionamento com ela. Já o líder da S.H.I.E.L.D, Nicholas “Nick” Fury, conhece o Capitão desde a época da Segunda Guerra Mundial.
Sagas do Capitão América
Não importa o que aconteça, o personagem é sempre afetado pelo o que acontece dentro e fora de seu país, sempre que tenha “um dedo” dos EUA no assunto. Alguns roteiristas aproveitaram isso e produziram sagas específicas para a personagem, já que nenhum outro super-herói tem como uniforme a bandeira de seu país. Algumas obtiveram sucesso; outras, deixaram o supersoldado novamente na “geladeira”.
Com a derrota da potência na Guerra do Vietnã e o escândalo Watergate nos anos 70, o holofote poderia ser novamente focado no Capitão. Vergonha em dobro, a “consciência americana” estava em crise devido aos escândalos, e isso afetaria e causaria mudanças nas histórias do personagem.
Depois de enfrentar por décadas várias organizações criminosas mundo à fora com os Vingadores, agora o inimigo estava bem perto, ou melhor, era interno: uma organização criminosa chamada Império Secreto, formada por criminosos norte-americanos que estavam infiltrados no poder, tendo como líder da organização o Chefe de Gabinete da Casa Branca. O objetivo da organização era dominar os EUA e o resto do mundo.
O Capitão América enfrentaria uma série de crises, fazendo com que refletisse sobre o que ele realmente representa para o mundo. Durante essa fase dos quadrinhos ele abandona o emblemático uniforme e cria uma nova identidade, se tornando o “Nômade”; então ele passa a viajar pelo país procurando encontrar a “alma” americana e, assim, se redescobrir. Passada essa fase, Steve Rogers retorna a usar o uniforme de Capitão América.
Com os escândalos da Nicarágua e do Irã-Contras, nos anos 80, mais uma vez a tal da “consciência americana” receberia outro golpe, e é claro que a atenção seria voltada para o Capitão América.
O roteirista Mark Gruenwald aproveitou a oportunidade e proporcionou uma das melhores fases do super-herói. Já que o uniforme, o escudo e o nome que Steve Rogers usa, foram criados pelo governo dos EUA, uma Comissão de Assuntos Super-Humanos achou que o Capitão América deveria trabalhar diretamente para o governo, fazendo exatamente o que o governo quisesse. O Capitão América já havia trabalhado para o governo durante a Segunda Guerra Mundial, e anos depois liderando os Vingadores, mas não existia uma relação estreita entre o governo e ele.
Steve Rogers não concorda em ser uma peça manipulável do governo, onde correria o risco de ter que colaborar em espionagens, derrubar regimes de outros países e fazer todo e qualquer trabalho sujo em nome da “nação”.
Como a pressão é grande, Steve decide abandonar tudo o que representa o Capitão América, mas antes, faz um discurso onde prova que ele (pelo o menos na obra de Gruenwald) é mais que um soldado, deixando evidente o que ele realmente pensa sobre o seu simbolismo e dever. Eis o discurso:
“Eu não represento os Estados Unidos, o presidente dos EUA faz isso. Por toda a minha vida o que representei e o que lutei foram os ideais pelos quais foram fundados o nosso país: os ideais de liberdade, justiça e igualdade, que são comuns a todos os povos, e não só o norte-americano. Se eu aceitasse as regras da Comissão estaria traindo esses ideais. Por isso não poderia continuar sendo o Capitão América”.
E é claro que esse discurso do Capitão América deu em mer*, resultando na substituição de Steve Rogers por um militar maluco e que não questiona ordens, exatamente como o governo desejava. Steve Rogers não é mais o Capitão América. É claro que Steve e o Capitão América “substituto” iriam se esbarrar em alguma missão e iam cair na porrada, sem dúvida. A luta, no caso, ideológica, durou quase um ano nos quadrinhos do Capitão América.
Sabe aquilo que dizem que é bom manter os olhos em antigos inimigos? Pois é, Steve Rogers jamais deveria esquecer de investigar as atividades de antigos vilões. No final da saga, é revelado que o Caveira Vermelha tinha se infiltrado na Comissão usando um disfarce, provocando todo esse transtorno para Steve. Ninguém poderia imaginar que um dos grandes vilões dos americanos e do mundo estava operando diretamente do centro do Poder.
E a conclusão é que o Caveira Vermelha se ferra, tudo fica devidamente explicado, então Steve Rogers volta a ser o Capitão América e passa novamente a liderar os Vingadores. E essa foi a saga Capitão América – Nunca Mais (Captain America – No More). Essa é uma das provas de que não existe “personagem ruim/fraco”, mas que tudo depende de quem vai trabalhar esse personagem.
Emblemática essa capa |
Na saga Homem Sem Pátria, o Capitão América é salvo pelo Caveira Vermelha que precisa da ajuda do mesmo para deter ninguém mais ninguém menos que… Adolf Hitler?! A consciência do “bigodinho” ficou presa no Cubo Cósmico – um artefato que é capaz de realizar os desejos do portador, alterando a realidade, algo que o Caveira Vermelha almeja desde muito tempo –, e o Capitão América deveria correr contra o tempo e impedir que a realidade se transformasse em um pesadelo nazista.
Durante essa saga, Steve Rogers é acusado de traição, mas foi tudo uma farsa arquitetada pelo vilão Mecannus. Isso resultou com que, mais um vez, Steve abandonasse a identidade de Capitão América; mas no final da saga, com tudo resolvido, Steve recebe de volta o direito de ser o Capitão América e, para concluir, recebe das mãos de Bill Clinton o seu escudo. Essa saga, de Mark Waid (roteiro) e Ron Garney (arte), foi premiada.
Sobre a saga Heróis Renascem, eu não gosto dessa fase, mesmo que alguns leitores a considerem importante. Para não deixar um “buraco” no post, então vou resumir: essa saga teve como intuito zerar a continuidade de determinados personagens da Marvel, como o Hulk, o Homem de Ferro, o Capitão América e o Quarteto Fantástico após a saga Massacre.
Em Massacre, vários super-heróis “morreram” no confronto final contra o vilão, mas em Heróis Renascem foi explicado que na verdades eles foram enviados para uma outra realidade – criada por Franklin Richards, um dos mutantes mais poderosos da Marvel, filho de Reed e Susan Richards do Quarteto Fantástico –, tendo assim suas origens “recicladas”. A saga não agradou o público e a Marvel rompeu o contrato com o Rob Liefeld, um dos idealizadores da minissérie.
As vendas do título Capitão América entraram mais uma vez em queda, já que as histórias não agradavam mais os leitores, justamente pelo personagem voltar a mesmice, sem apresentar nada de tramas bem elaboradas. Quando Joe Quesada assumiu o cargo de editor-chefe da Marvel, as publicações da empresa estavam em baixa, com exceção de X-Men e Homem-Aranha, títulos que estavam “sustentando” a editora naquele período. Vários títulos estavam em baixa, não sendo uma exclusividade o do Capitão América.
Era preciso trabalhar mais esses títulos, sem esquecer as publicações de X-Men e Homem-Aranha, mesmo que essas estivessem em boas condições no mercado. Quesada adotou uma estratégia que a rival DC Comics já fazia uso: criou um título para publicações mais adultas e realistas usando famosos personagens da editora, assim o mercado de quadrinhos ganhava a revista Marvel Knights. A antiga revista do Capitão foi cancelada, então o supersoldado foi inserido nas publicações do novo selo Marvel Knights, onde o roteirista John Ney Rieber e o desenhista John Cassaday (gosto da arte desse desenhista) tiveram que trabalhar o personagem.
Foi no período em que Joe Quesada colocava ordem na “Casa das Idéias” que os EUA sofria o pior atentado terrorista da história: os atentados ao World Trade Center, em 11 de Setembro de 2001. Além de tirar a vida de mais de 2 mil americanos, o atentado destruiu um dos maiores símbolos do império ianque e mudou para sempre a vida daqueles cidadãos, uma vez que foi instaurado o medo. Não apenas isso, souberam da pior forma que não estão devidamente protegidos e que estão longe de serem indestrutíveis.
Em meio a tragédia, os norte-americanos se uniram e a Marvel não fez diferente: a editora lançou uma campanha na Internet e espalhou vários cartazes pela cidade de Nova Iorque, fazendo uma espécie de convocação para que a população doasse sangue para ajudar no resgate das vítimas do atentado; e quem mais ocupou espaço nessa propaganda convocando a população foi o Capitão América.
Um país e seu povo feridos, eis que estava na hora do Capitão América voltar, e suas publicações voltaram com o retorno do nacionalismo exacerbado dos norte-americanos, a vontade de mostrar para o mundo que é preciso muito mais do que a destruição de um símbolo de poder para que se destrua uma nação inteira.
Nesse período vários títulos da Marvel exibiam onde estava cada super-herói no momento do ataque, suas opiniões sobre o ocorrido e como aquilo os afetara. Confesso que nessa fase, detestei quando comprei uma revista do Homem-Aranha e ter lá ele lamentando o ocorrido; mas depois de um tempo, notei o quanto eu estava insensível, não sei, pois em nenhum momento parei para pensar que aquele super-herói estava lamentando o que tinha acontecido com a nação dele. Diferente do que ocorre com a DC Comics que possui muitas cidades fictícias, o diferencial da Marvel foi sempre o de colocar os personagens próximos dos seus leitores fazendo eles atuarem em cidades reais, como é o caso do Aranha.
E por falar no atentado, onde você estava no momento? Eu lembro que nesse dia não fui à escola, pois estava com preguiça. Lá estava eu, deitado no sofá assistindo uns desenhos, quando troco de canal e a transmissão ao vivo sobre o atentado me fizera despertar de vez. Nesse momento somente uma torre havia sido atingida, e não vou me esquecer do momento em que pensava ser uma reprise, quando na verdade era outro avião atingindo a 2º torre, tudo ao vivo. Durante esse período turbulento, lembro que algumas músicas foram até proibidas de tocarem nas rádios, como “Civil War” do Guns N’ Roses e “Blowin’ in the Wind” do Bob Dylan.
Bom, mas voltando a falar do Capitão América e sua situação durante esse período caótico, não fazia parte do projeto do roteirista Rieber introduzir o personagem na “guerra contra o terrorismo”, pois antes do atentado de 11 de Setembro, Rieber escreveria sobre um Capitão América em tempo de paz, mais humano e, inclusive, questionando o “estilo/modo de vida americano”; mas com o advento dos atentados, a Marvel abandonou o projeto e empurrou Rieber e Cassaday em um projeto frustrante, mostrando totalmente o contrário do que havia sido elaborado. Aconteceu dos leitores presenciarem um Capitão América fazendo “guerra pela paz”, procurando os criminosos e lutando contra o terrorismo, em justificativa pela morte de inocentes em solo americano. Essa era a ordem do Joe Quesada.
Porém, Rieber contrariando o chefe, não deixou por menos e introduziu algumas críticas em sua história, como no caso a abordagem sobre o militarismo norte-americano, que em sua percepção, é a verdadeira causa do terrorismo do qual o país foi alvo.
Seguindo essa idéia, na edição 10 da revista Capitão América, publicada em 2002, o Capitão defende um nova-iorquino descendente de árabes que é alvo de xenofobia por parte de uma pessoas; e no fim, dá uma lição de moral nos autores, alertando que aquele não era o verdadeiro inimigo a ser combatido e que se quisessem fazer algo, que guardassem forças para o mesmo.
Vale ressaltar que Rieber desenvolveu uma saga onde mostra que parte da alta tecnologia usada pelos inimigos, ela é de fabricação norte-americana, tendo como alvo de sua crítica a indústria bélica dos EUA – semelhante com a abordagem no primeiro filme do o vemos em Homem de Ferro. Em outro momento, quando enfrenta um grupo terrorista, o Capitão ouve do líder do bando que a nação do supersoldado só estava “colhendo aquilo que plantou”. Em várias cenas da história, Steve Rogers se depara com vilas asiáticas e palestinas totalmente arrasadas por causa da retaliação dos EUA, mostrando que o terrorismo seria a conseqüência de um terror plantado pelos próprios norte-americanos.
Depois de tantas batalhas, o Capitão América decide viajar pelo mundo para ver, de perto, o que é a tal “democracia americana” quando aplicada em solo estrangeiro, na tentativa de compreender o ódio de outras nações em relação aos EUA. Mais que isso, é uma jornada para compreender o que realmente seria o “sonho americano”.
Refazendo seus passos desde o início da carreira, Steve Rogers vai até a Alemanha e visita uma cidade onde travou combate na Segunda Guerra Mundial. O pouco período que passa na cidade, as memórias de um passado que não se pode apagar retornam, e com elas, vem a tristeza: Steve recorda as milhares de pessoas que os Aliados mataram durante o conflito, não poupando nem mesmo crianças e as mulheres daquele país, tudo para poder derrotar os nazistas, o velho e perigoso “os fins justificam os meios”... Os detalhes daquelas mortes não são poupados, fazendo com que o Capitão não ignore o fato de que é o povo, o cidadão comum, quem realmente padece nas guerras.
É aquilo que falei anteriormente sobre ser difícil enxergar algum lado heróico em uma grande guerra, pois há crueldade de ambos os lados do front. Obviamente, concordamos que líderes megalomaníacos como Hitler precisam ser detidos, e por vezes isso só é possível com o verdadeiro uso da força, que não é a diplomacia, mas sim, a que surge da ponta de um fuzil. Outro detalhe, é que geralmente os russos e os comunistas ao redor do mundo gostam de enaltecer o papel dos soviéticos na derrota da Alemanha nazista, como se fossem heróis e estivessem isentos de terem praticado crueldades, como é o caso envolvendo o estupro coletivo de mulheres em Berlim praticados pelo Exército Vermelho.
Voltando, o editor-chefe da Marvel não gostou nada do que estava sendo publicado, justamente pelo nível de crítica aos EUA, o que fez com que interferisse no título, acabando com a trajetória do Capitão América pelo mundo. Dizem que o Quesada ficou irritado com o rumo que o personagem tinha tomado nas mãos do roteirista Rieber. “A imagem americana estava sofrendo danos”, de acordo com Quesada, que interferiu no progresso da história antes que ela causasse mais danos.
Essa é uma das várias atitudes que me fazem não gostar do Joe Quesada e seu poder na Marvel Comics, apesar de também não gostar de abordagens nesse teor anti-imperialismo americano, como parece ter no roteiro de Rieber, acredito que o ideal seja a liberdade para se escrever. Quem vai determinar se o texto possui ou não qualidade é o leitor.
Quem é colecionador faz tempo entende perfeitamente o que estou dizendo: várias quedas nas vendas da Marvel foram provocadas pelas “incríveis” condutas do Joe; entretanto, para não ser injusto, acho que a única coisa que ele fez que realmente é digna de elogios, foi a criação da linha de revistas Ultimate Marvel.
Os EUA estavam novamente em guerra e o conteúdo das histórias do Capitão América lembravam os leitores de que as tropas americanas também matavam civis pelo mundo em nome da “democracia americana”. Você consegue imaginar o tipo de repercussão que isso gerou. Mudaram o clima da história, mostraram em uma das edições o Capitão América fazendo um discurso moralista para o líder terrorista, tudo parte da intervenção editorial – pode ser visto na edição 4 da revista Marvel 2003.
John Cassaday desenhou as histórias do Capitão até a edição 6, já não suportando a ordem de ter que redesenhar várias páginas que Rieber e ele haviam desenvolvido. Cassaday cansou e ficou somente com a tarefa de desenhar as capas da revista. E o que aconteceu com o roteirista Rieber? A treta entre Rieber e Joe Quesada não havia acabado, e isso fizera com que o editor-chefe chamasse o roteirista Chuck Austen para trabalhar em conjunto com Rieber na edição 9. Não demorou para que Rieber fosse definitivamente substituído por Chuck, o que aconteceu na edição 14. John Ney Rieber falou sobre sua saída ter sido provocada por conflitos editoriais: “O Capitão América que estou escrevendo não é o Capitão América que eles querem. A minha saída é o melhor para todos”.
Na época em que a história de Chuck estava para sair, a invasão no Iraque já era uma realidade. O enredo teria um Capitão América mais ativo na luta contra o terror, onde existiria uma equipe anti-terrorismo com a participação de famosos personagens da Marvel. Como o clima estava mais tenso do que nunca no mundo, a Marvel achou melhor tirar de suas revistas qualquer relação com o mais novo conflito. Vários roteiristas não eram favoráveis sobre a nova campanha, mas 70% da população foi favorável.
Os editores acharam melhor não publicar nada que criticasse ou apoiasse a ação. E uma boa parte dos leitores, o “sumiço” do Capitão América foi notado diante do conflito, sendo alvo de crítica e sendo chamado até mesmo de “desertor”, já que a Marvel não o usaria na Guerra de Propaganda nos quadrinhos.
O crítico de cinema, Michael Medved, chegou a acusar o Capitão América de “traidor” em um artigo e ainda disse que: “O ‘Sentinela da Liberdade’ parece desiludido, amargo, surpreendentemente simpático aos terroristas”. A Marvel não suportou a pressão e acabou cedendo em alguns pontos com relação ao uso do personagem. Evidentemente, o Capitão América realmente está no consciente dos norte-americanos justamente por ser um personagem que possui um teor “político”.
Depois da invasão ao Iraque render mais críticas aos EUA, a venda das revistas do supersoldado teve queda nas vendas. Alguns anos se passaram e fazia tempo que as HQ’s da Marvel estavam em baixa, não sendo exclusividade o título Capitão América. Com a saga Guerra Civil, que envolveria vários super-heróis da Marvel, isso iria mudar.
Guerra Civil, morte e o renascimento
A saga Guerra Civil tem início quando o grupo conhecido como Novos Guerreiros (uma equipe de super-heróis menos experiente do universo Marvel) entra em combate com o vilão Nitro, que acabou culminando em um desastre: o vilão que tem a capacidade de provocar explosões, realiza um último ataque depois da investida dos Novos Guerreiros, especificamente do Speedball, resultando em uma grande explosão e em sua suposta morte.
Equipes de TV, uma escola e praticamente todos os integrantes do grupo Novos Guerreiros, morreram. Devido essa tragédia, o Congresso Americano decidiu que estava mais do que na hora de existir uma Lei de registro de super-humanos.
Homem de Ferro e outros super-heróis apoiaram a idéia da Lei, que inclusive, tem como premissa registrar os super-humanos escondidos na sociedade, revelando suas identidades secretas e permitindo que somente quem tivesse a autorização do governo poderia continuar na ativa, além de trabalhar seguindo ordens diretas do governo americano. E é claro que isso provocou uma enorme divergência entre os super-heróis.
Steve Rogers assume um posicionamento contrário à Lei de Registro, passando a atuar de forma clandestina, formando então os Vingadores Secretos. Quem era contra a Lei, deveria ser preso. Homem de Ferro e o Capitão América se viram em lados opostos, depois de tantos anos trabalhando na mesma equipe: de um lado o Homem de Ferro e os super-heróis que recrutava defendiam a Lei de Registro e trataram de perseguir os que não aceitaram se registrar; do outro, Capitão América e seu grupo de super-heróis, agora renegados e marginais, procurando libertar e proteger aqueles contrários ao governo.
Vários combates aconteceram entre os grupos, mas o principal foi entre o Capitão América e o Homem de Ferro. Depois de levar uma surra do Homem de Ferro, o Namor interfere no combate e ajuda o Capitão, levando-o ainda com vida para o refúgio dos Vingadores Secretos. Depois de ver o estrago que aquele conflito havia produzido, Steve decide se entregar, exigindo do governo o perdão de seus amigos que faziam parte de sua equipe.
A Guerra Civil foi um enorme evento da Marvel que produziu mudanças drásticas em vários personagens da editora, por isso mesmo, esses e outros detalhes sobre os resultados do evento, deixarei para abordar em futuras postagens.
“Morre” o herói
Com o fim da saga Guerra Civil e a aparente “paz” entre os super-heróis registrados e renegados, o Capitão América é vítima de um atentado nas escadarias do Capitólio, onde estava indo para ser julgado por seus “crimes”. Vítima de um franco-atirador, Steve Rogers foi alvejado no joelho e estômago, foi socorrido e acabou morrendo a caminho do hospital. Restava saber quem era o autor dos disparos e quem tinha planejado a morte do supersoldado.
E, aos 89 anos, morria Steve Rogers, o homem conhecido como Capitão América. Após o final desse evento, foi publicada a minissérie Capitão América: Morre Uma Lenda (Captain America – Fallen son), e nela é mostrado o luto pela morte do Capitão. Alguns personagens, entre os principais, Wolverine, Homem-Aranha, Homem de Ferro e seu antigo parceiro, Bucky Barnes, relembram momentos ao lado de Steve Rogers.
No jornal fictício do universo Marvel, o Clarím Diário (onde Peter Parker trabalha como fotógrafo freelancer), publicou uma nota sobre a morte do Capitão América:
'Clarim Diário': Capitão América é baleado e morre
Lenda viva é assassinada nos degraus da Corte Federal
Da equipe do Clarim Diário.
Hoje pela manhã, nós noticiamos a tentativa de assassinato de um antigo super-herói. Podemos confirmar agora que a vítima foi identificada como sendo Steve Rogers, também conhecido como Capitão América. Rogers foi declarado morto no Hospital Mercy em decorrência de ferimentos múltiplos nos ombros, peito e estômago provocados por uma arma de fogo.
Relatos de testemunhas dão conta de que o primeiro tiro, que atingiu Rogers no ombro, partiu de um atirador posicionado no alto ou no interior de um dos edifícios adjacentes à Corte Federal. Diversos outros tiros foram disparados durante a comoção - acertando Rogers no peito e no estômago - mas as testemunhas presentes no local, assim como os soldados do Exército que estava escoltando Rogers, afirmaram ter visto apenas um tiro ser disparado.
A identidade do(s) assassino(s) bem como a origem dos disparos ainda não foram revelados. Agentes da S.H.I.E.L.D., do FBI e da polícia local estão trabalhando juntos na investigação e iniciaram a evacuação dos edifícios daquela área. Um porta-voz da S.H.I.E.L.D. se recusou a comentar sobre o tiroteio, e sublinhou que alguns detalhes sobre a investigação seria disponibilizados ao longo do processo.
Rogers, um veterano da Segunda Guerra Mundial que foi considerado desaparecido ao final do conflito, retornou à ação décadas depois e teve papel importante nos primeiros dias dos Vingadores. Ele esteve à frente da liga americana de super-heróis até recentemente quando abertamente e de modo violento se opôs ao Ato de Registro de Super-Heróis determinado pelo governo dos Estados Unidos.
Como Capitão América, Rogers lutou contra as forças Pró-Registro na última semana em Manhattan até se render e se entregar à custódia da S.H.I.E.L.D. Ele estava a caminho de sua audiência quando foi baleado pela manhã de hoje.
Para mais informações sobre o tiroteio, favor ver Captain America # 25, e para mais informações sobre Capitão América e esses eventos, continue a ler o Clarim Diário.
O “Novo” Capitão América
O parceiro do Capitão América durante a Segunda Guerra Mundial, Bucky Barnes, decide usar o uniforme e escudo de seu falecido amigo, assumindo a identidade de Capitão América. Diferente de Steve Rogers, além do escudo, Bucky usa uma arma de fogo. Após o Caveira Vermelha retornar do limbo, Sharon Carter insiste que alguém, seja o Sam Wilson (o Falcão) ou Barnes, assuma a identidade do Capitão. Esse arco, o Capitão América: O Homem que Comprou a América, faz parte de uma fase de histórias escritas pelo brilhante Ed. Brubaker.
Renascimento
Como é de praxe no universo das histórias em quadrinhos, os personagens que aparentemente foram mortos sempre voltam dos túmulos para o mundo dos vivos. Na minissérie Capitão América: Renascimento (Captain America: Reborn), explica que Rogers não estaria morto, mas sim, viajando através do tempo.
O Capitão América retorna próximo de um novo grande evento da Marvel, e nesse evento os super-heróis terão que enfrentar seus piores inimigos, agora finalmente organizados.
Poderes e Habilidades
Alguns leitores e não-leitores, e até personagens dos quadrinhos, não concordam que o Capitão América possui poderes. “Qual o poder do Capitão América?” É preciso lembrar que Steve Rogers foi cobaia voluntária de um experimento que tinha como intuito criar um super-humano. Quando Steve tentou se alistar no exército, ele foi recusado pela equipe médica e como queria entrar de qualquer jeito para as tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial, aceitou fazer parte da experiência em que seria aplicado o famoso soro do supersoldado.
A experiência foi um sucesso. De um jovem magricelo e doente, Steve se tornou musculoso, ostentando uma saúde perfeita, também. Um dos resultados do soro é que Steve tinha força, agilidade e resistência em níveis sobre-humanos, além de uma incrível imunidade fisiológica. Ele é capaz de se recuperar rapidamente de uma fadiga, não pode ser envenenado e envelhece muito lentamente (não é como o fator de cura do Wolverine, essa capacidade de Steve é inferior ao dom mutante do Logan). Essa super imunidade fisiológica, por exemplo, foi o que manteve Steve Rogers vivo enquanto ficou congelado por décadas.
Os cientistas norte-americanos só conseguiram criar um supersoldado, pois um espião nazista que estava infiltrado na equipe havia sabotado o projeto, fazendo com que a fórmula do supersoldado fosse destruída.
O escudo do Sentinela da Liberdade
O escudo do Capitão América foi produzido pelo cientista Myron McLain, por ordem do então presidente Roosevelt. O escudo é composto de vibranium e uma parte de adamantium, formando assim uma poderosa liga metálica.
Esses dois metais são fictícios, mas dentro do universo Marvel, o mais raro entre os dois é o adamantium, mesmo metal que cobre todo o esqueleto do Wolverine, um poderoso metal virtualmente indestrutível. O escudo do Capitão América é único, já que nunca mais conseguiram reproduzir a mesma liga metálica de vibranium com adamantium.
O escudo é capaz de suportar praticamente tudo: desde projéteis e até explosões. Por conta do vibranium, o escudo também é capaz de absorver energia. O escudo também funciona como uma espécie de boomerang, que, quando lançado pelo Capitão, ele volta para o seu braço e também é capaz de fazê-lo ricochetear para que acerte o alvo.
O Capitão América é um personagem delicado para se trabalhar, podendo se tornar “polêmico” de acordo com a abordagem usada, no caso, em histórias nas quais o Capitão é nada mais, nada menos do que um mero soldado que segue ordens sem questioná-las. Essas são as histórias das quais, por exemplo, eu não gosto… esse é o Capitão América pelo qual costumo ter aversão; mas quando se trata de uma boa história, com um Rogers defendendo os ideais de justiça, liberdade e igualdade, não importando a definição de seu país sobre aquilo, se importando apenas com o que aquilo representa para o mundo em que vive, vejo o quanto o personagem é rico.
Há vários momentos icônicos do personagem, o que torna difícil listar exatamente todos neste artigo; porém, gostaria de mencionar algumas passagens memoráveis. Duas delas ocorrem em Os Supremos (The Ultimates), quando um dos inimigos diz para Rogers que é melhor que a equipe se renda, então ele responde: “você acha que essa letra na minha cabeça significa França?”, obviamente, uma piada em relação à conduta do país durante a Segunda Guerra Mundial.
O outro momento, também um trecho de Os Supremos, é quando ele chama o Hank Pym (Homem-Formiga/Golias) para resolver no “mano a mano” uma situação que ocorreu na equipe (Pym agride fisicamente Janet Van Dyne, a Vespa). Mesmo gigante, Rogers nocauteia Pym – toda essa confusão entre Pym e Janet tem início por causa do beijo dela em Rogers após derrotarem os alienígenas Chitauri. Esse beijo foi televisionado e Pym se sentiu humilhado.
Outra grande passagem do Capitão América ocorre na minissérie Desafio Infinito, quando ele, sem nenhum tipo de temor, interpela o Thanos. Assim como em Guerras Secretas e Desafio Infinito, fica claro que quando há eventos que reúnem vários personagens do universo Marvel, o Capitão América assume a liderança da equipe, como também observamos em Massacre Marvel e Guerra Civil; ou seja, o personagem é tão emblemático que exerce uma liderança natural e respeito perante outros grandes personagens.
Em Demolidor – A Queda de Murdock, alguns Vingadores fazem uma participação especial no final da minissérie, mas o destaque fica para o Capitão América. Rogers, ao saber que os atentados na Cozinha do Inferno são de autoria de um veterano de guerra que utiliza como pintura facial a bandeira americana, decide que é seu dever intervir e levá-lo às autoridades.
Rogers, incrédulo, não compreende como um soldado usa a bandeira americana como se fosse apenas um simples pedaço de pano e que como aquilo, por vezes, o faz se sentir fraco. É plausível, pois Rogers foi forjado e mantém a crença de que a bandeira representa muito mais que um símbolo de uma nação; mas sim, de ideais como a justiça e liberdade.
Sobre Capitão América: O Primeiro Vingador, escreverei depois que assistir o filme – atualização tardia, okay, mas eu não gostei do filme; porém o segundo é um dos melhores filmes do universo cinematográfico da Marvel.
Para finalizar, recomendo que escutem o episódio do Estante Secreta Podcast sobre essa verdadeira lenda dos quadrinhos.
Links:
- Anchor.FM: S01 E14 - Capitão América
- Spotify: S01 E14 - Capitão América
Ademais, recomendo essa lista de histórias do personagem:
- Capitão América: Nunca Mais;
- Capitão América: Homem sem Pátria;
- Capitão América: A Escolha.
Além dessas, recomendo fortemente as escritas pelo Ed. Brukaker, inclusive as mensais do título publicadas em 2005. Em ordem cronológica, são elas:
- Capitão América: Soldado Invernal;
- Capitão América: A Ameaça Vermelha;
- Capitão América: A Morte do Sonho;
- Capitão América: O Homem que Comprou a América;
- Capitão América: A Flecha do Tempo;
- Capitão América: Renascimento;
- Capitão América: O Julgamento do Capitão América;
- Capitão América: Sonhos Americanos;
- Capitão América: Novas Ordens Mundiais.
Se você gosta de bons roteiros, vai gostar do trabalho do Brubaker, principalmente por ele inserir temas como espionagem e guerra fria em boa parte de suas tramas. Não poderia deixar de também recomendar a revista mensal Capitão América e Os Vingadores Secretos e minissérie Soldado Invernal: O Inverno Mais Longo.
Boa leitura!
*Texto publicado originalmente em 01 de agosto de 2011. Revisado e atualizado em 24 de fevereiro de 2023.
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