2012, A Era do Apocalipse chegou. Uma das melhores sagas da Marvel Comics será republicada no Brasil pela Panini em março e é óbvio que os leitores veteranos da Marvel estão animados com a notícia, pois trata-se de uma das melhores sagas dos X-Men.
Essa foi uma das sagas da Marvel que mais gostei, sendo que foi a primeira saga dos X-Men que tive contato. Eu não conhecia nada de X-Men dos quadrinhos, conhecia os mutantes apenas pelo clássico desenho que era exibido nas manhãs da rede Globo nos anos 90. E por falar nessa série animada, é impossível não lembrar dessa incrível abertura:
Esse tema é muito bom, né? Pois é, uma época em que os desenhos ainda eram divertidos, bem produzidos, mas hoje em dia só tem porcaria.... voltando ao que interessa, apenas no ano em que o primeiro filme dos X-Men foi lançado é que fui ler algumas HQ's dos mutantes. Consegui esses gibis com o meu amigo Alexandre, que colecionava alguns títulos da Marvel que eram publicados na época pela editora Abril.
Peguei emprestado os gibis do meu amigo e aos poucos fui conhecendo o universo mutante da Marvel. Aquilo era tudo novidade para mim, pois eu não conhecia praticamente nada, não sabia nem que um dos poderes do Wolverine, era o famoso "fator de cura". Para terem alguma idéia, eu já tinha algumas hq's do Homem-Aranha, mas apenas poucas edições. Essas revistas era tudo o que eu conhecia do Universo Marvel.
A primeira saga da Marvel que li, não foi A Era do Apocalipse; mas sim, a Saga do Clone do Homem-Aranha, provavelmente a melhor saga do aracnídeo depois da saga do uniforme negro. Infelizmente o título do amigão da vizinhança tem sido prejudicado pelos péssimos roteiristas que trabalharam e trabalham no título ao longo desses anos.
Li poucas edições dos X-Men antes da saga começar, não conhecia vários dos personagens que participam da história, mas serviu de alguma base. Foi até melhor desse jeito, pois conheci vários personagens totalmente distorcidos nessa saga, diferente do universo original das histórias. Não entendeu? Vou explicar.
Sobre a Era do ApocalipseTodo mundo sabe quem é o professor Charles Xavier e quem é o Erik Lensherr (o Magneto), não é? Você sabe quem são os X-Men originais? – não, não é como mostrado em X-Men: Primeira Classe. Caso queira ler algo mais extenso sobre o começo da carreira dos mutantes, leia o artigo sobre a origem dos X-Men:
Charles Xavier segue defendendo a ideologia de que humanos e mutantes podem coexistir pacificamente, enquanto Erik abandona o amigo por achar que isso não dará certo, acredita que é melhor se prevenir e lutar contra uma possível opressão por parte dos humanos. Como se sabe, Erik é um sobrevivente do holocausto, mas seus pais foram vítimas da crueldade dos nazistas.
Erik viu de perto o que extremistas podem fazer, e é exatamente isso que faz com que ele se coloque contra a humanidade, exigindo o lugar de direito dos mutantes como a espécie dominante no planeta por serem o próximo passo da evolução.
O problema é que Erik não percebe que ao fazer ataques contra humanos, tentar escravizar e colocar a raça humana em uma escala inferior em relação à raça mutante, ele se torna exatamente o mesmo tipo de monstro que foi capaz de organizar e colocar em prática um genocídio. Dessa forma, será que a solução para a crise entre humanos e mutantes não seria simplesmente destruir aquele que acaba por provocar medo e reações negativas ao resto da humanidade? É o que o filho do Professor Xavier, David Haller, conclui.
David Haller é fruto de um romance que Charles Xavier teve com a embaixadora Gabrielle Haller , em Israel. Charles nunca soube que Gabrielle ficou grávida, somente depois de anos que foi ter conhecimento de que tinha um filho. O jovem David Haller é um mutante poderoso (nível ômega), possui um alto nível de telecinésia, telepatia e pirocinésia. Quando morava com a mãe em Paris, foi um dos sobreviventes de um ataque terrorista contra israelenses, mas ficou em estado de choque por conta da violência que presenciou e acabou absorvendo a mente dos líderes terroristas do ataque, adquirindo múltiplas personalidades.
David Haller se tornou uma ameaça e em uma atitude irresponsável, decide de uma vez por todas eliminar aquele que julga ser o responsável por frustrar as tentativas do pai em tentar a paz entre os mutantes e humanos: Magneto. Para que isso seja possível, tudo precisava ser resolvido na origem, ou seja, antes do conflito entre humanos e mutantes; então David Haller, conhecido como o mutante Legião, viaja no tempo com o objetivo de assassinar Magneto. Legião volta ao passado no exato momento em que Charles Xavier e Erik discutem sobre o que fazer com a questão mutante, antes mesmo dos primeiros mutantes serem recrutados por eles.
Sem que entendam absolutamente alguma coisa, Legião menciona vir do futuro para resolver de uma vez o problema mutante de sua era. Em seguida, ao disparar uma rajada para atingir Erik, Charles não titubeia e se arremessa para proteger Erik... Charles consegue salvá-lo, mas o ato heroico custa sua vida e ele morre nos braços do até então melhor amigo. Eis um resultado inusitado, algo que o próprio Legião não esperava. A partir desse evento, toda a realidade começa a se despedaçar e dá início à uma nova e caótica realidade... bem-vindo à Era do Apocalipse!
Com a morte de Chales Xavier a realidade foi alterada, pois no universo Marvel, o Professor X foi o responsável por significativas ações naquela realidade, impedindo até mesmo que o Apocalipse triunfasse em sua "primeira" (não foi a primeira, mas isso eu explico em outro artigo) investida contra a humanidade. Vocês conseguiram entender o caos que vem por aí?
Erik não mais se torna um vilão da humanidade, ele passa a seguir e a defender o sonho de seu melhor amigo, mas lhe resta pouco tempo para recrutar os jovens mutantes. Erik se torna o mentor dos X-Men e faz com que todos cheguem ao seus limites com os treinamentos – não que o método de Charles fosse ineficaz, mas Erik forçou seus alunos ao máximo, não tendo piedade deles nos treinos, conseguindo elevar os níveis de seus dons mutantes.
Na Era do Apocalipse o Mercúrio (Pietro Maximoff), filho de Magneto, faz parte dos X-Men e de quebra, ainda namora com a Tempestade (Ororo Munroe) |
A bem da verdade, Charles Xavier soube preparar melhor os X-Men contra um inesperado ataque de um poderoso mutante; já Erik não fez isso, como eu disse, seu método teve como objetivo a maximização dos dons mutantes e não explorou as demais habilidades. Chega o momento em que o Apocalipse surge, mas o Magneto e seus X-Men não conseguem detê-lo nessa primeira investida.
O Apocalipse aniquila boa parte dos superseres que poderiam oferecer algum tipo de resistência, além de conquistar territórios como os EUA e outros países, agora detém as ogivas nucleares dessas nações. Em meio ao caos que o mundo se tornou, Magneto e seus X-Men lutarão até o fim.
O casal Arma X (na Era do Apocalipse Logan não é conhecido pelo codinome Wolverine) e Jean Grey |
Tudo o que você conhece do universo original mutante é alterado, por exemplo, o Ciclope (Scott Summers) nunca foi recrutado por Xavier no orfanato e acabou sendo seqüestrado junto com o seu irmão (Alex Summers, o Destrutor) pelo Sr. Sinistro, um dos lacaios do Apocalipse. Alguns vilões do universo original são heróis nessa realidade, pois tudo tomou um rumo diferente na história da humanidade. Além disso, muitos foram os super-heróis que morreram nas mãos do Apocalipse, como é o caso do Homem-Aranha.
Eu gosto desse cenário totalmente alterado pela ausência do Xavier, no caso, podemos ter um vislumbre de como é o mundo sem a colaboração do mentor dos X-Men, de como ele exerce um papel fundamental no cenário que conhecemos.
Há outros detalhes interessantes envolvendo versões de famosos personagens do universo original, mas aí nesse caso prefiro que você leia e descubra. Como eu disse no início do texto, essa acabou sendo a primeira saga que li dos X-Men e, além de conhecer pouca coisa sobre os mutantes, também não conhecia vários personagens da Marvel. Posteriormente, foi interessante conhecer as versões originais daqueles personagens que primeiramente tive contato nessa realidade alternativa.
Apesar de datada, a saga possui momentos icônicos e permanece como mais um exemplo de obras de uma época em que os quadrinhos ainda prezavam pela qualidade dos roteiros. Em todo caso, é uma obra divertida. Recomendo a leitura.
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